quarta-feira, 10 de março de 2010

Wicked Game...


Este texto é melhor visualizado por quem tem dois olhos e um coração. Os olhos não precisam nem ser dois, mas o coração podem ser vários. Não leia as palavras, leia minha alma. É ela que eu tenho, é ela que eu mostro, é por ela que me mostro, para não ser um qualquer sem ela. Use mais sua alma, fale mais com o seu coração. Sua alma é para ser sentida e viver dias mais belos...
Quando a gente se apaixona não dá para saber se foi pela pessoa ou pelo que projetamos nela, pela imagem dela que criamos em nossa mente e coração. Lembro que poucas vezes estudei para uma prova de filosofia no curso de arquitetura e por ter sido tão raro o fato ainda guardo as palavras de Platão que dizia: "Há dois amores, o da alma e o da carne: o da alma é eterno e divino, eterno, pois nunca se estingue, pois amor é desejo e o desejo só acaba quando é consumado, como não há forma de se ter a alma de alguém, a única forma para aquietar este amor é tendo o outro por perto sempre; em contrapartida o amor da carne é passageiro e mundano, passageiro, pois depois que os corpos se consumam e o corpo do outro perde a exuberância e o amor termina."
E para complicar ainda mais este simples e complexo sentimento que recebe o nome de amor, que é um e são dois, há também pessoas que são dois em um, são duas e não são nenhuma. Sonham com o melhor e se contentam com o pior, discursam por algo e praticam seu contrário, e assim a vida como ela é. Vou contar uma estórinha:
Era ma vez dois seres (ditos) humanos. Eles se conheceram e se apaixonaram como nunca haviam se apaixonado antes. Pareciam marcados para passar o restante dos dias juntos. Mas (tem sempre um porém ou um mas), eles tinham medo de se entregar, medo de exagerar, medo de tanta coisa que tinham até medo de temer, e, jogando entre si, não ganharam e acabaram se perdendo, um do outro, deles mesmos. É que eles só não tinham medo de jogar o jogo idiota do "amor". Aquele jogo que todo mundo joga, e por mais que você vire a caixinha por todos os lados nunca encontra as instruções e regras.
No jogo do "amor", a premissa básica é vale tudo, desde que você não seja você mesmo: não diga que está apaixonado, dizer que ama então equivale a menos cinco pontos e uma rodada sem jogar; jamais telefone quando sentir vontade; não atenda ao telefone antes de três toques e não atenda a pelo menos uma chamada por dia; penalidade máxima para mensagens de madrugada; nunca aceite dois convites em sequência; fingir ter ciúmes vale duas estrelinhas, armar um barraco equivale à lua; pareça sempre muito ocupado, para a pessoa não achar que você só tem ela na vida; invente uma terceira pessoa interessada em você, afinal você é desejado por todos; e, por fim, desapareça por uns tempos, mas não por muito tempo, porque senão a pessoa vai achar que é bipolar (está na moda, hoje em dia rs...) e também para o outro aprender a dar valor ao que um dia ele poderá perder. E perderá mesmo...
Por que não ser sincero, honesto e digno com alguém com o qual você pretende dividir a vida? Se você continuar jogando esse já fadado ao fracasso jogo, seu o dito ser humano vai trocar de time e arranjar alguém mais presente e menos cansativo para jogar. Se entregue, ame, e se errar que seja pelo exagero, nunca pela falta, pela simulação. Marque pontos, bata recordes, aposte em vocês e leve para casa o troféu raro daqueles que tiveram coragem de arriscar: O Amor.
Ou, então, continue nesse joguinho do "amor". Vá em frente sem nunca sair do lugar, seja covarde. Tenho até uma sugestão: jogue o "Resta um", pois seu destino é mesmo esse, terminar sozinha, em um tabuleiro vazio, com buracos doídos das pessoas que deixou pelo caminho.
Game Over!!!

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

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