sexta-feira, 30 de abril de 2010

O drama alheio, que é sempre o nosso também...


Eu pretendia falar nesse texto sobre o impacto da internet, do Orkut, do MSN, etc., sobre os relacionamentos amorosos.
A tese é simples: pela facilidade que temos para conhecer uma pessoa nos dias de hoje, pela imensa oferta de pessoas disponíveis, às vezes nos tornamos ávidos e intolerantes.
Sempre achamos que a próxima pessoa da fila poderá ser mais bonita, mais inteligente, menos neurótica, melhor de cama, etc., etc.
Todos estamos sujeitos a essa lógica de mercado, a essa lei de oferta e procura amorosa.
A fila anda, como diz a sabedoria popular.
Hum... E aquele velho quem muito escolhe fica com o fim da feira, não rola mais?
Não acreditamos mais em escassez e esgotamento?
Bom, mas eu não vou falar sobre nada disso.
Aliás, já falei, com a sensação de ter dito absolutamente tudo e nada a esse respeito rs...
Vou fazer uma resenha sobre o conto que narra a estória de um jovem casal que acabou de se separar.
É contado por um vizinho desse casal, amigo deles.
O moço foi embora.
A garota então pede para que esse vizinho a leve até uma represa, uma barragem de uma usina hidrelétrica.
E, lá, faz um ritual simbólico do abandono que acabou de sofrer.
Os personagens são pessoas que tiveram um grande momento de encontro com sua própria verdade pessoal, mas então, sabe-se lá por que, acabaram esquecidas pela vida.
Ou tornaram-se desistentes.
Ou tudo isso junto.
Muito triste, apesar de pungentemente belo e emocionante.
Pois é, falei em drama alheio.
Sim, o drama alheio, que é sempre o nosso também.
Porque o drama de todos nós não é outro senão essa sensação de termos sido abandonados e esquecidos.
Daí que a promessa do amor nos exaspere.
Daí que, em luta contra a nossa vontade de desistir, nos entreguemos a gestos simbólicos, como o da garota do conto, que, após ter sido abandonada pelo namorado, vai até a represa, tira da bolsa um saco plástico com dois peixinhos, fura o saco, os solta e diz:
Eu espero que, nesse espaço infinito de água, vocês tenham a sorte de conseguir permanecer juntos.


Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Opção ou Acomodação?


Conquistar, na sociedade em que vivemos, certamente é mais fácil do que manter.
E acredito que isso se aplica tambem à questão afetiva.
Na fase da conquista é normal usar todo o seu arsenal para parecer atraente, sorrir, escutar o outro, topar qualquer programa sugerido são atitudes que, parecem tão fáceis mas depois...
É claro que o desconhecido nos seduz.
Nenhum problema quanto a isso.
O problema é que somos induzidos a pensar que o conhecido nos entedia.
Em função disso, às vezes, podemos exigir daquele que conhecemos atitudes mobilizadoras que ele não pode nos proporcionar.
A insegurança com relação ao parceiro às vezes pode traduzir apenas o fato que estar com ele não é tão "animado" quanto era no começo.
A "enamorada", então, começa a imaginar que longe dela, ele vive momentos melhores, mais cheios de emoção e quer fazer parte desse contexto.
Lembre-se que manter uma relação afetiva exige esforço, dedicação e generosidade.
Atitudes muito mais complexas do que enfeitar-se, sorrir ou concordar...
Fazer com que o dia a dia do relacionamento seja agradável requer, antes de mais nada, que o seu dia a dia pessoal esteja sendo satisfatório para você.
E que as coisas agradáveis que você viveu longe do seu parceiro sirvam de combustível para preencher seu dia a dia com ele(a).
Ele(a) não pode proporcionar a você tudo o que você precisa.
Pode apenas viver bons momentos junto com você.
Isso se você estiver... receptiva!
Não adianta receber alguém de cara amarrada em virtude de fantasias pessoais.
Tente guardar suas frustrações pessoais para você, mesmo que elas, de alguma forma, estejam ligadas ao comportamento dele; entenda cada reencontro como um novo começo e tente colocar um pouco daquela boa vontade que existia no início da relação; conte coisas sobre você ao invés de fazer longos inquéritos sobre a vida dele, como se fosse um detetive em busca de pistas.
E principalmente, quando estiver vivendo um bom momento com ele, tente ressaltar esse momento, percebê-lo e compartilhar conscientemente.
Muitos casais falam mais dos momentos difíceis do que dos momentos mágicos?
Os momentos mágicos já estão resolvidos e não se costuma mexer no que está bom sob risco de quebrar o encanto.
Quanto aos momentos difíceis, se não forem resolvidos acabam representando um perigo na relação do casal.
Finalmente, antes de mais nada, você deve ter segurança da sua vontade de continuar o relacionamento.
Não existe fórmula que dê certo quando não existe o afeto ou quando a pessoa está insegura de sua escolha.
Pense bem se a pessoa que você escolheu para estar a seu lado entrou na sua vida por opção ou por acomodação...

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

terça-feira, 6 de abril de 2010

One Love, One Life...

Quantas vezes você sonhou com o amor da sua vida?
Quantas vezes você acreditou com todas as suas forças que havia encontrado o amor da sua vida?
Algumas várias.
Mas a verdade é que a sua vida será só uma, os seu amores serão muitos, e poucos serão o amor da sua vida, então por que se prender tanto a ele?
E pode ser até que você passe por essa vida sem encontrar esse tal amor da sua vida ou sem ser encontrado por ele, mas nem por isso deixaremos de ter uma vida.
Eu, quantas vezes, andando pelas ruas, shopping, London Pub... olhando para algumas, imagino: "Ela podia ser logo o amor da minha vida".
Mas, provavelmente não será, provalmente não é ela o amor da minha vida, assim como não foram todas elas que eu achei que fossem, tantas delas em vão.
Você escuta tanta coisa que acaba aprendendo que um dia você vai amar muito a alguém e ser feliz.
Cheguei a me contentar com esperar por esse dia, a limitar minha vida a isso.
Eu me contentava com amar sem ser amado, em nome do amor.
Era eu e o amor por ela ao meu lado.
Demorei para notar que ela nunca esteve ao meu lado, era apenas o que eu sentia por ela.
Leva algum tempo até que alguém nos conte a outra parte (a mais importante) dessa história de um dia amar muito alguém:
"Olha, será preciso que essa pessoa também te ame muito, ou você vai sofrer".
São tantas vezes que ouvimos que precisamos lutar por um amor, que passamos a agir como se estivéssemos mesmo em uma guerra, como se fossemos obrigados a aceitar tudo, a suportar fome, frio e solidão, em nome de algo maior, o amor.
Como está escrito na bela canção do U2 - One:
"Love is a temple.
Love, a higher law.
Love is a temple.
Love, the higher law."

Mas se você amar o alguém errado, é você quem se tornará menor.
Lute sim, batalhe pelo amor, mas não adianta lutar quando não haverá vitória, não adianta brigar se você vai terminar cansado, sozinho e vencido.
Você não precisa insistir para que alguém te ame, você não precisa lembrar a alguém que a indiferença dela te magoa, você não precisa se esforçar tanto, é essa verdade.
Mesmo que te doa, um dia será preciso encarar que ele não te ama e ir em busca desse amor RECÍPROCO.
Vá em busca de alguém que te ame de graça, de alguém que lhe mostre a completude de amar e ser amado.
Não viva um amor que lhe faça precisar amar por dois.
Não se canse tanto amando o amor da sua vida, vai lhe faltar energia para viver com ele ou quem for.
Muitos querem uma vida de filme, uma vida de comédia romântica.
Mas o erro nunca foi querer uma vida assim como a dos filmes, o erro foi não entender bem as histórias, foi não perceber que, não adianta, seja nas histórias clássicas ou nas contemporâneas, ninguém ama a quem não quer amar.
E quando você ama sem ser amado, na vida real, você não terá sequer alguém na plátéia chorando por você.
Ninguém vai te dar o Oscar por sofrer por amor aqui na vida real, então desista de quem não te ama.
Não adianta querer dar às pessoas os papéis que não são os delas.
Existem pessoas que nasceram para se relacionar a amar alguém, existem pessoas que não.
E, mais do que isso, existem pessoas que vão amar você e existem outras que não.
É simples!
Talvez, um dia elas mudem, talvez um dia você mude.
Mas agora é sem talvez, é com certeza.
Com certeza não cabe a você decidir o destino de alguém como sendo ao seu lado.
Talvez o erro seja delas, talvez o erra seja nosso.
Talvez seja tudo um acerto.
Existem várias possibilidades, mas a realidade é uma só.
E quando a realidade não está como você quer, é chegada a hora de mudar.
Quando for sonhar com o próximo amor da sua vida, confira com calma se ele ao menos está na sua vida, verifique como é a realidade ao acordar.
É que sonhar demais com amor dá insônia (e pesadelos)!

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Lembranças...


Eu acredito em lembranças.
Dessas que tiram de órbita a minha alma, geralmente tão centrada em ações fáceis de ser entendidas.
É necessário acreditar em lembranças, pois certamente só elas restarão como referência do valor que um dia tivemos ou significamos para alguém.
É primordial investir em boas lembranças, pois o tempo jamais "amarela" aquelas que forem realmente vividas, e serão revividas toda vez que alguma peça do infinito quebra cabeças; uma cor, um cheiro, um gosto, um toque povoem de forma intensa o nosso melhor campo sensorial.
As lembranças vão estár lá , em algum departamento da nossa mente, onde a inércia diante do rememorar é algo absolutamente perdoável.
Lembrar é um exercício para o futuro, o preservar daquilo que já não existe mais, mas que em essência por alguma razão ainda mexe com a nossa alma, um reclame por algo que foi levado embora, um pouco de nós, que outrora foi presente e agora é apenas lembrança...

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)