quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Paraíso Provisório


Jamais conheci alguém que fosse prudente o suficiente a ponto de não se envolver, não amar outra pessoa para não correr o risco posterior da dor.
Ultimamente tenho feito a seguinte pergunta:
O seu amor é grande, imenso, infinito mesmo?
Então esqueça o que virá depois. Viaje a bordo dessa nave extraterrestre que é o amor.
É uma jornada inesquecível.
E altamente espiritualizante, às vezes surreal.
Ao descobrirmos os nossos venenos internos (orgulho, aversão, apego, inveja, etc.), devemos arregaçar as mangas e ir à procura do antídoto.
Não devemos ter tempo para sofrer, mas depois pensando bem, acho que o melhor mesmo é saber que os venenos estão lá, ter consciência deles.
O resto, o antídoto, vem com o tempo.
Para podermos lidar com o nosso sofrimento é preciso, antes de tudo, conhecê-lo. Em cada centímetro.
Seu cheiro, sua extensão, formato, tudo.
Depois, bem depois, saber por que, quais as causas que nos fazem ou fizeram sofrer.
Somos feitos de felicidade e infelicidade.
O ideal é bebermos dos dois.
A dois.
De preferência.
A dor vem depois.
Não adianta saber.
Nosso impulso é mais forte do que qualquer argumento lógico.
Somos movidos de impulsos.
Não acredito nesse mito que vislumbram homem plenamente racional.
Sou um romântico monumental.
Viva o presente e não pense na dor, que provavelmente, virá.
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Tadeu Silva. (Copyright2008 Todos os direitos reservados)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

PAR PERFEITO


"Era uma vez um anjo muito distraído chamado AMOREL, que recebeu uma incumbência de Deus:
- AMOREL, acabo de inventar os humanos.
Eles estão classificados como homem e mulher, cada um tem seu par e já estão todos alinhados de par em par.
Pegue esta bandeja de humanos e leve para que eles habitem a Terra.
AMOREL ficou contente pois, há muito tempo, o Senhor não o chamava para tão nobre trabalho. O anjinho pegou a bandeja e ao virar uma esquina lá no céu, trombou com uma anjinha chamada AMANDA.
A bandeja voou longe, e todos os casais de humanos se misturaram.
AMOREL e AMANDA ficaram desesperados e foram contar para Deus o ocorrido e o Senhor falou:
- Vocês derrubaram, vocês juntarão!
Porém, parece que Deus se esqueceu que os anjinhos eram distraídos.
E é por isso que a cada dia os casais se juntam e se separam.
Os dois anjinhos, trabalham incessantemente para que os casais originais se encontrem.
O trabalho é muito difícil, tanto é, que por muitas vezes eles juntam casais errados, pois os humanos espalhados ficam inquietos e cobram o serviço dos anjinhos, o tempo todo.
Quando os humanos se mostram muito desesperados, os anjinhos unem dois desesperados, mas logo depois percebem o engano e os separaram, e por muitas vezes, esta separação é brusca, pois não se tem tempo a perder.
Recebi um bilhete dos dois anjinhos e vou mandar pra você agora:
"Se você é um humano, queremos pedir desculpas pela nossa distração, pois errar não é só humano!
Estamos trabalhando com empenho, porém, sempre contando com a ajuda de vocês.
Não se desesperem mas também, não se isolem.
Tentem se mostrar realmente, quem é cada um de vocês, pois a medida que cada um mostrar o que é de verdade, vai tornar o nosso trabalho mais fácil.
Aproveitamos a oportunidade, para nos desculpar pelas separações abruptas, sabemos que elas geram muito transtorno, mas se nós o separamos de alguém, é por que em algum canto vimos alguém bem mais parecido e por isso precisamos isolá-los para facilitar o encontro."

(Desconheço o autor)

Tadeu Silva. (Copyright2008 Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sorria


Quando você escolher as pessoas para ter do seu lado. Amigas (os). Namoradas (os).
É vital ter por perto pessoas que sorriam e nos façam sorrir.
E então reflito sobre os relacionamentos amorosos. Eles são tão mais leves tão mais gostosos quando temos conosco alguém que traga luz exuberante dos sorrisos genuínos (Digo genuínos porque não existe nada pior que um sorriso hipócrita e fabricado).
E os relacionamentos podem um tormento quando quem está do nosso lado não sabe rir.
O ideal é termos uma não uma “palhaça” como namorada, mulher, manteúda ou o que você quiser, mas alguém que saiba sorrir.
O sorriso é uma atitude. Mostra, quase sempre, um espírito superior, de gente capaz de lidar, com dignidade e bravura, com as inevitáveis adversidades da vida.
Assim como rosto fechado e sombrio quase sempre é sinônimo de pessoas tomadas pela síndrome da vítima, a compulsão de pôr a culpa de tudo nos outros, evasão total e descarada de responsabilidade.
È aquela história: o mundo me persegue. Ninguém me compreende.
O Sorriso é, repito, uma atitude, tem que ser cultivado.
Como toda virtude, tem que ser cultivado. São absolutamente excepcionais as pessoas cuja alma já nasce sorridente. Para nós, outros, os normais, sorrir para a vida é algo é fruto de um esforço cotidiano, um treinamento incessante para não ver os fatos sob ângulos negativos.
Você sabe que uma relação está morta quando se acabam os risos.
Um romance saudável tem a estridência irresistível e espontânea das gargalhadas.
Pode acontecer que os dois tenham esquecido como dar risada. Então vale a pena o esforço de relembrar.
Mas, se você tentar devolver a alegria de uma relação que se tornou pesada e não conseguir nada além de lamúrias é melhor desistir.
Não do sorriso, não da alegria no amor, mas da relação.
Só continue se você gostar de sofrimento.
Para quem acredita que o propósito da vida e a felicidade, para citar o uma bela frase do Dalai Lama, não há saída senão respirar fundo e cair fora.
Com um sorriso de preferência.
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Tadeu Silva. (Copyright2008 Todos os direitos reservados)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Quando a dor acaba


A dor do amor perdido logo passa.
Mas então outra coisa dói...

Lendo “Uma frase” de Marcel Proust deparei-me com uma beleza e tristeza ímpar na qual resolvi escrever:
“Nesse nosso mundo onde tudo fenece, tudo perece, há uma coisa que se deteriora, que se desfaz em pó até a de forma mais completa, deixando pra trás ainda menos traços de si do que a beleza: a saber, a dor”.
O luto eterno que a dor, a dor da perda de um grande amor.
A gente imagina que vai morrer sem ele.
Como dói aquela ausência.
Como doía a perspectiva de não poder ter nos braços alguém que a gente imaginava ao nosso lado para sempre.
Nunca mais.
E, no entanto quando aquela dor torturadora se vai, vencida enfim pelo decorrer do tempo, o que sentimos não é alívio, mas o vazio e frustração.
É como se pensássemos: o grande amor exige uma dor eterna, um luto no coração até o último dia. Só que a dor como disse Proust, dura ainda menos que a beleza.
E então era o tempo de despedida.
Sem drama.
Compreendi com clareza que a morte da dor amorosa também pode, de uma forma estranha, doer.
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Tadeu Silva. (Copyright2008 Todos os direitos reservados)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Cindy": Sapatinho de cristal também faz calo... (e foi trocado pelo scarpin.)


Há muito tempo, numa cidade longínqua....
Será que o sapatinho de cristal fez um calo no delicado pezinho das mulheres?
Ou será que a busca pelo “Príncipe Encantado” as obrigou a fazer um “recall” do sapatinho de cristal.
(recall, para quem não está acostumado com o jargão, significa "relembrar" e refere-se a quão presente na mente, ou então revogar, reparar, anular.)
Voltando...
Hoje em dia o sapatinho de cristal foi trocado pelo Scarpin e elas, as mulheres, tem opções que variam entre verde, azul, vermelho, com motivos de onça, zebra...
- Calma Cindy, "Cinderela Contemporânea”.
Por que compensar o “Príncipe Encantado” por Fendi, Gucci ou Louis Vuitton? A vida profissional, ou então a acadêmica nos mestrados e doutorados, são mais importantes que a emocional? A dúvida é: As mulheres tornaram-se ocupadas e racionais demais?
Ou então, são os homens que buscam as cinderelas?
Na busca pelo Príncipe Encantado como par romântico, às vezes encontra-se uma pessoa que está a fim de fazer a diferença, mas algo não encaixa... altura, peso, idade, incompatibilidade financeira, e por ai vai as desculpas são cada vez mais originais.
Não adianta mesmo. O ser humano é assim, quanto mais têm, mais quer.
O problema não se resolve com uma simples saída a procura do scarpin dos sonhos, ou do objeto de desejo. Não se consegue a satisfação, nem mesmo quando acredita ter encontrado a pessoa próxima daquela idealizada, aquele pensamento: “Nunca vou poder viver feliz para sempre”, bate como o sino da meia-noite e a linda carruagem vira abóbora.
Quando a “Cindy” perdeu o seu sapatinho de cristal o “Príncipe Encantado” não foi procurá-la, permitiu que os “genéricos” o substituissem. E, para não fugirem do script, Mentiram e partiram deixando-a lançada ao chão. Porque nenhum deles fez questão de pensar na “Cindy”?
Às vezes porque as mulheres perdem tanto tempo procurando os “Príncipes Encantados” que esquecem de olhar para os lados e ver o que de fato precisam para serem felizes?.
E duro admitir que o “Príncipe Encantado” não vai chegar com o seu White Horse e entre um galope e outro presente-a-la com um ramalhete de rosas vermelhas e uma caixa de Godiva. Mas questão é: Será que todas descendem da Cinderela?
Algumas histórias acabam ficando no... Era uma vez numa cidade longínqua em que a felicidade está muito mais em aproveitar o que o hoje tem a nos oferecer, do que esperar por algo que dure para sempre.
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(Agradecimento especial pelas idéias e a revisão à Maira Itaboraí Melo, Jornalista, Amiga e Anjo da Guarda...)
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Tadeu Silva. (Copyright2007 Todos os direitos reservados)