quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Desapego...

É quando nos preparamos para mudar que percebemos a quantidade de coisas que guardamos sem necessidade.
Nem sabemos por que o fazemos, mas temos medo de um dia precisar disso ou daquilo e vamos acumulando nossas preciosidades, se assim podemos dizer.
Grande armário é o nosso coração e a nossa alma!
Imagino que se um dia tivéssemos que "mudar" esse pedaço de nós, encontraríamos nele muitas coisas desnecessárias das quais tivemos dificuldade para nos desvencilhar.
Como nos nossos armários há roupas que nem nos cabem mais, nas gavetas objetos inúteis, há nesse nosso coração certamente sentimentos que há muito deixaram de nos servir, mas que continuam intactos, como se o tempo para eles não tivesse passado.
As águas correm nos rios, mas não no nosso interior.
Elas levam o que encontram pela frente, mas nós nos apegamos ao inútil e nos impedimos assim de desembocar no grande mar da vida que nos oferece novos horizontes.
Se um dia decidirmos mudar de casa e nos oferecermos uma nova vida, não precisamos deixar tudo e nem carregar tudo.
Um coração sábio saberá escolher o que deve ser aproveitado ou não.
Os carinhos que recebemos permanecerão intactos, mesmo se as flores se secaram e as cartas se perderam.
Antigas e amareladas mágoas nunca têm utilidade, a não ser para envelhecer e entristecer nossa alma.
Coisas que começamos e nunca terminamos ou continuamos,ou desistimos.
Não é vergonhoso deixar coisas para trás, pesado mesmo é seguir em frente carregando essas mesmas coisas que nem sabemos onde vamos colocar.
Valioso demais é nosso coração para que seja maltratado, para que seja a ele negada a chance de se oferecer novas oportunidades e novos ares.
Cultivar no seu jardim a flor do desapego não significa amar menos ou deixar de apreciar o que de bom a vida nos oferece.
Apenas mudar nosso olhar em relação ao mundo e se dizer que as coisas realmente bonitas e importantes ficam gravadas para sempre nas paredes da nossa alma, seja qual for nosso caminho.


Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Number ONE...

...Por aí, pelos bares.
Caçando algo ou caçando alguém, que de fato não se sabe.
Sinceramente, nem o porquê da busca se sabe, exatamente; mas continua buscando.
Talvez, seja devido a terrível monotonia dos dias e relacionamentos ou pelo tédio de ver os comerciais de sábado a noite sozinho com espaço entre o cobertor.
Ou talvez, por que aprendeu o que é viver, o que é amar, e quer dividir isso com alguém que mereça.
Ser sozinho, então, é estar largado, porém o gosto nem é tão amargo assim, desde que não se sinta a glória nisso.
Já que aprendeu, prepara-se, pois irá longe, a mundos que jamais conheceria se continuasse pensando que ser o melhor é empilhar beijos.
Alguns amam o sentimento de estarem "livres".
Poder ter e olhar para quem quiser e para onde quiser.
É bom olhar para quem quiser, mas é ruim não ter quem olhe por você.
Outros veem se relacionar como se prender, como perder a vida.
Agora diga, aproveitar a vida é abraçar corpos cujo nem se sabe a origem?
É sorrir sozinho?
Ou quem sabe sentir o envelhecer dos ossos, deitado em uma cama de solteiro?
Se for isso, confesso que uma vida assim não vale à pena.
Muitos acreditam que hoje em dia, qualidade é quantidade.
Quanto maior o número de conquistas, melhor alimentado está o ego.
Para ser o maioral, é necessário ter o máximo de medalhas sobre o peito...
Em épocas em que eu pensava que somente uma era preciso, desde que essa esquentasse o coração.
Então, viver querendo mais, aumentando os números, juntando tantos nomes ou referências, que nem conseguimos lembrar no dia seguinte - ou uma hora depois; é assim que giram os ponteiros.
Nos preocupamos tanto com os números, que esquecemos que o "number One - 1", neste caso, pode valer mais que o “1000”.
O tempo se evapora.
Muitos de nós perdemos cegos na teoria que diz: "quanto maior a quantidade, mais homem (ou mulher) você é!"; e nem percebemos que homens de verdade não são aqueles que conquistam cem ou mil, mas sim aqueles que completam uma somente; que forte é aquele que ganha à batalha e conquista um "eu te amo" sincero.
Ser homem não é possuir mil medalhas sobre o fardo, mas sim uma, que brilhe intensamente todos os dias.
Que possamos aprender e buscar a nossa estação, repleta de filmes e cobertores ao inverno, de praia e sol ao verão, de flores e sorrisos a primavera, de conversas e aprendizados ao outono e de amor e carinho a eternidade.

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

domingo, 26 de setembro de 2010

Não temas. Crê somente...

A saudade começa a partir do próprio nascimento, para crescer e evoluirmos temos que aprender a renunciar.
A perda é a quebra da conexão, isso pode deixar cicatrizes profundas se não for bem resolvida.
O exercício do desapego nos proporciona paz, "abrir mão" muitas vezes é necessário para manter a nossa integridade.
A perda não é necessariamente um atestado de óbito, mas de nascimento.
Deixemos que a vida tome o seu curso natural sem interferências, deixemos de viver sob o jugo do sentimentalismo exagerado, aceitemos a vida com suas perdas. A morte ou a ruptura fazem parte desse longo processo que é viver.
Um dia pessoas, objetos, animais, planos, situações fizeram parte da tua vida, de repente, já não fazem mais...
É necessário, mas deve ter prazo para terminar, o melhor remédio é a mudança de hábito, mesmo assim a dor deve ser encarada de frente, não devemos fingir que ela não existe e nem parar a vida no momento em que ocorreu a perda.
A melhor maneira de compreender as perdas é saber que tudo pode ter fim, isso deve ser aprendido ainda criança, quanto melhor compreendemos esse fato, mais sabiamente abordamos.
O luto chega ao fim quando a oportunidade aparece originando uma nova direção, sabendo que vez em outra o desespero pode reaparecer de maneira intensa, cabe a cada um de nós a responsabilidade sobre si próprio e diante disso compreender o "pra quê " de cada uma das perdas em nossa vida e não adianta questionar o "por quê", afinal sempre há um propósito para todas as coisas.
Na bíblia encontrei esse alento, dizia que diante das dificuldades
NÃO TEMAS. CRÊ SOMENTE.
Então até hoje este é um dos meus lemas, sigo com toda certeza de que tudo se acertará e eu serei feliz mesmo com as agruras que a vida me manda.
Eu já passei por grandes perdas, aprendi por experiência própria que o tempo não cura, mas ameniza o nosso sofrimento e que um dia tudo será suportável, assim se fez a minha libertação.

Ps. Quero dedicar este texto para o meu irmão Fernando Luiz, hoje 25 de setembro está livre há sete anos de todo sofrimento, esteja em paz onde quer que você esteja.

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

The Mirror...

"Durante muitos anos esperamos encontrar alguém que nos entenda, que nos aceite como somos, alguém capaz de oferecer felicidade apesar das duras provas.
Apenas ontem descobri que esse mágico alguem é o rosto que vemos no espelho!"
Extraído do livro: "Fugindo do ninho" - Richard Bach

Véspera de feriado, aproveitei para limpar meu quarto, organizar alguns livros e acabei relendo o trecho acima que me inspirou a escrever mais um texto aqui no blog...
Dê uma olhada no espelho, quem você vê olhando de volta?
É a pessoa que você quer ser?
Ou há a pessoa que você deveria ter se tornado?
A pessoa que você deveria ter sido, mas se desviou no caminho.
Tem alguém dizendo que você não consegue ou não pode?
Porque você pode!!!
Acredite que os sonhos podem se realizar todo dia.
Porque eles se realizam.
Então dê uma olhada naquele espelho, e lembre-se de ser feliz.
Porque você merece ser.

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)