quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Rejeição... (Parte 2)

A poetisa Clarice Lispector dizia que "ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca", às vezes, porque amar nunca foi garantia de ser amado.
Muitas vezes, no lugar da reciprocidade surge a rejeição e o sofrimento parece ser inevitável. Parece.
"Ser rejeitado deveria ser natural e comum, mas o problema é que vínculamos nossa autoestima com o número de pessoas que nos apreciam", pois não devemos tratar o amor "como se ele fosse um comércio afetivo no qual o outro deve me amar por eu amá-lo".
Porque aquilo que supostamente chamamos de amor, não passa muitas vezes de um comércio.
O amor não deveria nunca depender da outra parte.
Nunca.
Devemos cultivar a arte de sermos pessoas amorosas e emanar este amor sem a necessidade de possuir.
Posso viajar e ficar encantado com uma determinada cidade.
Posso ir para Paris e amar tudo aquilo que apreciei por lá.
Mas não posso carregar Paris em minha bagagem de volta.
Sim, eu amei aquela cidade, mas agora é bom que ela permaneça por lá e eu aqui.
O mesmo se dá com as pessoas.
Amar alguém deve estar desvinculado do desejo de possuir este mesmo alguém.
Mas parece que aprendemos tudo errado.
Assim, quando este outro alguém não corresponde ao nosso amor - e por não corresponder, leia-se: não quer devolver aquilo que lhe entregamos - nos sentimos mal e chamamos isto de rejeição.
Não ser correspondido por alguém significa que esta outra pessoa não possui por mim o mesmo sentimento que possuo por ela.
Isto deveria ser natural e comum.
Mas criamos um problemão sobre esta situação porque, no fundo, vinculamos a nossa autoestima com a quantidade de pessoas que nos apreciam.
Quanto mais desenvolvo o meu amor próprio, menor será a minha sensação de rejeição.
Porque não adianta criar personagens, ser quem você não é,simular ser alguém para que você me aprecie.
Na verdade, não sou nada daquilo, mas agora você se apaixona por aquela máscara.
Então, resta perguntar: quem está sendo amado?
Eu ou minha máscara?
Se for a fundo nesta reflexão, verá que não existe benefício algum neste jogo pois, o amor que tanto desejo, no final das contas, não esta vindo para mim, apesar de meu esforço e sim para um personagem que não existe.
Então... Coloquemos o tema amor e falando de uma forma mais genérica: Afastar-se daquilo que te faz sofrer é sempre uma boa opção, a não ser que você seja masoquista e cultive a idéia de que não mereça ser amado, por uma questão de afinidade vibracional, procura sempre pessoas que confirmem essa tese...


Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

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