sábado, 23 de abril de 2011

Há coisas que só se aprende quando ninguém as ensina.

Nunca fui muito bom em oratória, mas sempre dominei a “matéria” observar.
Numa dessas observações aprendi que quando a vida se torna uma espera, antes tarde do que nunca.
Mas quando é que a gente aprendeu a gostar mais da espera do que da chegada?
Quando passamos a nos contentar com a possibilidade e a viver sem nunca ter?
Ela não pode dormir um pouco a menos para te encontrar hoje e te dar o abraço que você precisa, mas um dia ela vai te abraçar, então, você aceita.
Ela ainda não te ama, mas um dia pode ser que ame, então você insiste.
Ela não dá a mínima, mas você dá o máximo para saber que fez a sua parte e se satisfaz assim.
Ela errou e sabe disso, mas o próximo da fila está esperando, não dá tempo dela se desculpar, quando der, se ela estiver sozinha, ela te procura.
Vai passando os dias e você ainda espera que ela chegue, mesmo que ela nunca tenha chegado.
Há quem chegue, há quem passe e você sempre se apaixonou pela pessoa errada.
Deixar a agenda do celular lotada de números para os quais nunca liga ou se liga não atendem ou se atendem não entendem a falta que sente.
Mas você deixa.
Vai que um dia precisa, vai que um dia o telefone toca?
A paixão se torna promessas e o mais próximo de um relacionamento que se chega é colecionar possibilidades no Orkut, Facebook, trocar telefones e MSNs, pessoas que se tornam parte do passado sem dar tempo de que você as tenha em seu presente.
E de presente queremos hoje uma pessoa simplesmente disposta e não o oposto do que sonhamos.
Mas a espera cansa e como uma flor já seca em mãos desejando que em algum momento da vida a gente se esbarre.
Sem motivo elegemos a flor mais bela e esquecemos de notar tudo mais que há no mundo, como um beija-flor cego que procura sempre a mesma flor, não por ela se destacar, mas por já conhecer o caminho.
O problema de uma flor que tem espinhos é que agarramos a ela mais do que às outras, e prefere sangrar a não se sentir vivo. 
Só que amor não é dor. 
E até o bastante, por hoje, e talvez para sempre, não basta mais. 
Demora, mas a gente em algum momento mágico da vida entende que no amor sobrevive quem se esforça, não quem força. Tem horas que o coração da gente tem pressa e precisa de tudo cedo e o que chega tarde já não serve mais. 
Quando o "amanhã" com frequência se tornou hoje, sem que notássemos, já era tarde demais. 
Quando o amor pela dor e não mais pela paixão arde, antes nunca do que tarde. 
Há coisas que só se aprende quando ninguém as ensina. 
E chega um dia que a gente acaba cansando e não quer mais saber de aventuras ou de procuras.
Tadeu Silva (Copyright 2011 Todos os direitos reservados)

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei! Beijos, Laís