segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mulheres Auspiciosas


Vejo ao meu redor muitas mulheres auspiciosas, lindas, cheias de vida, bem resolvidas, amorosas, inteligentes, interessantes... 
No entanto, apesar de tantas qualidades, algumas delas ainda encontram-se sob uma espécie de autocobrança: a obrigação de encontrar um parceiro.
Não me levem a mal, sem a intenção de dizer que elas agora tenham que viver sozinhas, abandonar o desejo de dividir suas vidas com alguém que as permitam expressar toda a sua feminilidade, o lado doce, suave, amoroso, materno. 
O que é nocivo, a meu ver, é essa cobrança absurda de que esse seja o único caminho considerado bem-sucedido. 
Anos se passaram, e algumas mulheres continuam com medo de ”ficar para titia”. 
Estar só, hoje em dia, não tem nada demais.
Mulher sozinha muitas vezes têm mais amigos, mais divertimento, mais estímulos, mais companhia e até mais sexo do que muitas que vivem um relacionamento estagnado. 
Quão mais felizes seriam algumas compreendessem isso, e perdessem esse medo que as assombra, de “terminar só”.
Muitas mulheres, tomadas por uma carência enorme e impactadas pela idéia de que não ter um homem ao seu lado seria uma espécie de fracasso, ainda acabam aceitando se relacionar com homens que as tratam como objeto e muitas vezes desrespeitosa. 
Outras, no entanto, estão buscando uma forma mais justa de se relacionar. 
São mulheres que tem conseguido ser fiéis a si mesmas, que desejam um relacionamento afetivo, “desde que esse seja saudável”. 
Buscam parceria, troca, honestidade, cumplicidade, parceiros maduros que assumam, ao seu lado, a responsabilidade de tornar o relacionamento um espaço de ajuda mútua e crescimento.
Muitas dessas mulheres estão sozinhas, pois têm se recusado a entrar em um relacionamento só para dizer que tem alguém. 
Percebo que cada vez mais que elas estão se dando conta disso. 
Já existem muitas vivendo vidas satisfatórias e felizes, elas se realizam profissionalmente, têm amigos, fazem o que gostam, desfrutam com alegria de seu tempo, perderam o medo do falso fantasma da solidão.
Algumas têm filhos de relacionamentos anteriores e vivem a maternidade de forma intensa e bela.
Com tanta riqueza de possibilidades, fico aqui torcendo para que elas sejam capazes de continuar sua caminhada, tornando-se mais conscientes, mais sábias e mais amorosas a cada passo. Que não abandonem a si mesmas.
Que saibam fazer escolhas baseadas no que lhes diz sua alma, e não nos mandamentos da sociedade que as aprisiona a papéis e instituições que muitas vezes roubam sua alegria.
Torço para que, caso exista dentro delas um desejo lícito e belo de amar e serem amadas, que não desistam dele.
E se em sua caminhada encontrarem alguém que seja merecedor e com quem queiram compartilhar essa mágica viagem, que possam abrir espaço em suas vidas para esse companheiro.
Se não, que sigam de cabeça erguida, desfrutando de cada passo, aprendendo que é possível viver bem na sua própria companhia, confiantes de que o importante é que tenham a si mesmas, sempre, até o final.

Tadeu Silva (Copyright 2011 Todos os direitos reservados)

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