sexta-feira, 21 de maio de 2010

Love Don't Need To Find a Way...


Todos os dias você encontrará pessoas reclamando que não encontraram o grande amor de suas vidas.
Não encontraram?
Não procuraram?
Não sabiam o que estavam procurando?
Encontraram e não reconheceram?
Encontraram e não souberam valorizar?
Na vida, você não encontra o que procura, apenas o que está preparado para encontrar.
Muitas pessoas se queixam da ausência do par ideal, mas não percebem que estão vivendo a ilusão da busca da sua outra metade e que, por consequência, se sentem divididos ao meio, seres incompletos em busca de alguém que os complete.
Buscar a outra metade significa delegar para outra pessoa a difícil missão de te fazer feliz e de suprir faltas que sua personalidade apresenta e que só podem ser supridas por você.
Seres humanos sempre serão “metades” diferentes que juntas não formarão uma unidade, mesmo nos casos de amor mais lindos e perfeitos que você conheça.
Quando duas pessoas “inteiras” se encontram podem ser felizes, já duas metades...
O desejo de união amorosa é mais lúcido se for um desejo de expansão e crescimento, de compartilhar universos diferentes em alguns aspectos, semelhantes em outros, mas onde a busca pela semelhança total ou a convivência com diferença plena seriam tolices.
Apesar de muitas vezes insistirmos na teimosia, ninguém é responsável pela nossa felicidade e nem nós pela de ninguém, mas somos todos co-responsáveis por participar na construção da felicidade uns dos outros.
Entregar a outra pessoa “o fardo” de fazer você feliz é eximir-se da responsabilidade sobre suas próprias emoções, sentimentos e escolhas e assumir o confortável papel de vítima.
Afinal, se não der certo, a culpa é do outro que falhou em te fazer feliz.
Esse comportamento de fazer com que o outro se responsabilize por nossa felicidade caracteriza egoísmo, vaidade e narcisismo, pois parte do pressuposto que nós somos muito importantes, a tal ponto que o outro tenha a “obrigação” de nos fazer feliz.
Sejam quais forem os caminhos escolhidos para falar do amor (paixão é outro tema) perceberemos que amor é legitimamente um sentimento que parte de nós em direção ao outro e não algo que esperamos parta do outro em relação a nós.
O desejo de amor está ligado ao desejo de expansão, à presença simultânea das semelhanças e diferenças. O sentimento de amor mais legítimo que podemos conceber parte sempre de uma doação sem necessidade de submissão; de tolerância sem necessidade de omissão; de compartilhar sem necessidade de auto-abandono.
Amar é somar, multiplicar e dividir, nunca subtrair.
Por isso, um bom indicador da veracidade de nosso amor por alguém é o quanto ele nos transforma, o quanto cedemos, vencendo o nosso egoísmo e narcisismo e evoluindo para vivê-lo intensamente.

Tadeu Silva. (Copyright2010 Todos os direitos reservados)

Um comentário:

Karine disse...

Tadeu, adorei seu blog... muito legal seus textos...vou procurar sempre le-los...

Abraço

Karine