quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Precisamos alfabetizar os nossos corações

"Precisamos alfabetizar os nossos corações”, essa frase fez muito bem aos meus ouvidos, principalmente porque tudo o que eu tenho feito nos últimos anos é me dedicar à “Escola de Relacionamentos”.
A primeira escola de relacionamentos que tivemos foi em nossa infância, com nossos pais, com nossos professores. Mas, com toda a boa vontade deles, o modelo que nos ofereceram nem sempre foi dos melhores. Os conceitos em que se baseiam as nossas relações chegam a becos sem saída, cheios de contradições.
Exemplo disso é o ensinamento de que somos vítimas e que existiriam sempre carrascos ou em outras situações, salvadores, que determinariam os nossos destinos. O tempo todo você é levado a acreditar que o mal está sempre com os outros e que a culpa nunca é sua.
Se pensarmos em uma reeducação dos nossos sentimentos, para que nos tornemos pessoas mais felizes e humanas, talvez a primeira etapa seja a tomada de consciência de que somos, muito mais do que imaginamos, responsáveis por nós mesmos.
Sentindo-se vítima dos outros, quer seja da cia amorosa, da sociedade ou até mesmo do governo, você fica impotente e não encontra muitas saídas. Você culpa os seus pais, a falta de dinheiro, a falta de sorte, a maldade alheia. E reclamando, não sai do lugar.
Um outro ponto de vista - mais inteligente - é olhar para a realidade, aceitando-a tal como ela é. Se lhe acontecem coisas boas, você agradece, senão, procura entender o que pode aprender e fazer com a situação. Desta forma, sai da dependência, sentindo-se mais potente para dar um bom rumo à sua vida.
É preciso ter muita dignidade para assumir seus próprios erros, para sair da inércia, para progredir, apesar dos medos. O comum é a falta de coragem e a acomodação. O bonito é quando você arregaça as mangas e põe a mão na massa. Você para de acusar os outros e concentra toda sua energia para melhorar a vida.
Por isso, na próxima vez que você se pegar cobrando alguma coisa de alguém, lembre-se de que você também pode participar deste mutirão, desta escola de relacionamento, alfabetizando o seu coração para que ele possa colaborar com um mundo melhor.
Tadeu Silva. (Copyright2009 Todos os direitos reservados)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Desilusão, desilusão...


Vejo sempre a mesma história.
Primeiro a pessoa some uns dias, umas horas, no mínimo.
Depois, aparece com algum nick poético no MSN, aquele sorriso no rosto, a pele maravilhosa, espalhando sua felicidade para o mundo inteiro.
Você pergunta o que aconteceu e descobre que a pessoa está namorando, enrolada, tá pegando, tá se relacionando com alguém.
Os mais corajosos, e que não temem perder os demais pretendentes, mudam logo o status no Orkut para "namorando", criam um álbum para o novo casal, informam pelo Twitter cada passo dos pombinhos (ninguém sente falta de quando os namoros eram apenas entre duas pessoas?) e os mais cautelosos, ou medrosos, continuam no "solteiro" ou "não há resposta".
Você pergunta quem é o novo elegido e a resposta é também sempre a mesma, "é uma pessoa muito especial. Eu sinto que vai ser diferente, que não é uma pessoa como as outras, é alguém muito bacana, acho que tô apaixonada (o)".
Você sorri e deseja sorte.
Passam-se alguns dias, geralmente varia entre cinco dias e um mês (para os mais persistentes), e sua amiga ou amigo volta a ser solteira (o).
"O que aconteceu?", você novamente pergunta.
A resposta, outra vez, não varia muito, "ah, ele não era tudo aquilo que eu pensava", e é dita por aquela pessoa antes apaixonada, agora decepcionada.
É, e é sempre culpa do outro nunca da própria pessoa.
Ele era muito grudento (ou você é escorregadia demais?),
Ele não retornava as ligações (dá tempo de retornar com você ligando a cada dois minutos?).
Éramos muito diferentes (já considerou se casar com seu espelho?).
Enfim, ele não era aquilo tudo (ou você quer do outro o que ele não pode ser? Se você busca salgado na loja de doces o erro é seu, só seu! Entendeu?).
Agora, vamos lá.
Deita aí no divã (Eu devia ter feito psicologia rs...).
Não era tudo aquilo?
Você se decepcionou?
Sabe quando a gente tem uma desilusão?
Quando a gente se ilude, quando a gente troca o conhecer pelo se iludir, por criar expectativas e projetar no outro o que nós queremos.
Sinto lhe informar, mas, você definitivamente não estava apaixonada por este ilustre ser desconhecido que você elegeu em uma semana ao posto de amor da sua vida.
Você estava, simplesmente, apaixonada pela sua projeção, pela parcela de você que viu no outro (aquilo que chamamos de "coincidências", "alma gêmeas" no começo da relação e no final damos o nome de "pé no saco") e estava apaixonada também pelo começo da relação com este outro alguém.
Não há como gostar do que não conhecemos.
De novo, "não há como gostar do que não conhecemos", mais uma vez, "não há como gostar do que não conhecemos".
Só você: "não há como gostar do que não conhecemos".
Todo mundo: "não há como gostar do que não conhecemos"!
Como é mesmo o início de uma relação?
Amor, amor, e mais amor, físico e espiritual.
Se você conhecer alguém que já no começo não faça você se sentir nas nuvens, corra porque é o capeta disfarçado de gente!
É como aconselhava minha sabia avó: quando você quer matar a galinha, você não fala "xô", você chama ela bem bonitinho, carinhosamente, e somente depois dela acreditar em você é que você quebra o pescoço dela, depena, joga na panela e come!
Então, no começo, queridíssima, todo mundo vai se mostrar como o ser mais apaixonante do mundo, chama-se cortejo esse processo e existe até entre os animais não racionais (imagina entre os racionais).
Depois da conquista, aí sim, chega a hora de conhecer aquela pessoa "muito especial".
Será que vocês combinam?
Será que você suporta essa pessoa antes e depois do sexo?
Vale ter alguém o resto da vida por alguns minutos de prazer?
E muitos outros "será?" que virão.
Depois de conhecer você finalmente poderá se apaixonar por aquela pessoa e não pelo começo apaixonante de qualquer relação, captou?
Então, fique com quem você ama, apesar de tudo, por tudo, acima de tudo.
Caso contrario, não será amor, será apenas alguém, no caso você, usando alguém para se sentir bem, para se sentir melhor (ou um troféu para exibir para os outros?), e isso se chama egoísmo, não namoro, não amor.
Não seja alguém tão carente assim, pô!!!
É difícil saber disso tudo, porém precisamos continuar tentando.
Eu não caio mais nessas!
Mas, agora que você acabou de ler meu texto, pare pra pensar na seguinte frase que marcou muito o meu 2009:
"Cuide de tudo o que for verdadeiro. E deixe o que não for passar"

Tadeu Silva. (Copyright2009 Todos os direitos reservados)

sábado, 19 de dezembro de 2009

I Like...


Eu aprendi a gostar de escrever (ponto).
Gosto de escrever sobre mim, sobre o mundo, a vida e as pessoas.
Gosto de dissertar sobre o que é, como foi e o que poderá vir a ser.
Gosto de andar pela Terra do Nunca, a fantasiar sobre a vida perfeita, sabendo, na minha qualidade de adulto, que nunca se alcança a perfeição, mas que podemos aspirar chegar perto. Mas por vezes também preciso escrever sobre os momentos menos bons, porque é humano ter momentos menos felizes, porque a vida nos confronta e afronta constantemente.
Nos testa, nos põe à prova.
Porque eu sou tão humano como todos, ainda que aqui seja apenas palavras sem nome.
Por isso gostaria de dedicar uma palavra aos que me seguem, aos que me leem, aos amigos (as) que conhecem a pessoa por trás das palavras…
Eu estou bem.
Se por vezes a escrita me sai mais cinzenta e menos azul, se por vezes o coração aperta ou uma lágrima foge…
Não é mal.
É sinal que estou vivo, que respiro cada dia, que o vivo intensamente e não me impeço de sentir. E não são apenas palavras as conclusões desses textos menos felizes, não é conformismo querer ver um lado bom em tudo.
É antes otimismo.
Porque há realmente fatores externos à nossa vontade de sorrir, que não podemos alterar, que não está nas nossas mãos mudar.
Não podemos impedir que alguém ou nós próprios fiquemos doentes.
Podemos zelar para que isso não aconteça mas se acontecer, o que fazer?
Não podemos obrigar ninguém a gostar da gente.
Se não gostar, o que fazer?
E não podemos impedir a morte porque é parte da vida como a conhecemos.
É mais uma etapa para a qual ainda não conseguimos estar preparados.
Apesar de sermos seres em constante evolução, ainda não conseguimos compreende-la, aceitá-la como uma passagem para outro estágio qualquer que desconhecemos…
Talvez por isso seja tão mais difícil aceitar.
Mas se ela nos bate à porta, o que fazer?
Não são os momentos tristes que nos fazem menos alegres, que nos podam a vontade de sorrir, de aproveitar os dias, de sonhar.
Não são estes momentos que nos fazem piores pessoas.
Chorar não é fraqueza, sofrer não é pobreza de espírito.
É ser humano, é sentir, é viver.
Não é o que nos acontece que importa mas sim o que fazemos com isso, como lidamos com as situações, o que aprendemos com a dor.
E isto é inteiramente o que penso:
Tudo na vida nos ajuda a crescer e a ser melhores, se soubermos sofrer no momento certo para depois continuar a viagem.
Eu não ando triste nem tive nenhum decepção amorosa, como por vezes é tão mais fácil pensar. Quando falo aqui de dor, falo de coisas tão mais profundas, de perdas tão mais definitivas.
Falo de, de saudades, de família, de distância, de palavras caladas que fariam tão melhor se ouvidas.
Falo de perdas que superamos, mas que nunca nos deixam porque são pessoas grandes demais na nossa vida, porque são as nossas raízes.
Mas não deixo de viver ou de sorrir.
Não deixo de ser otimista e nunca conformista!
Apenas considero que devemos aceitar o que não pode ser mudado por ação humana e dedicar esforços a tudo o resto e, sobretudo, a aproveitar os nossos dias e a tentar tornar melhores, os dias de quem continua ao nosso lado, de quem nos dá a mão quando tropeçamos, de quem nos ouve quando queremos falar ou fica ao nosso lado, em silêncio, quando é disso que precisamos.
A todos esses, obrigado.
A perda do meu irmão há 6 anos, fez-me perceber que não somos imortais, que não dispomos de todo o tempo.
Que hoje é o momento para fazer e dizer tudo o que sentimos porque depois pode nunca chegar a existir.
Fez-me abrir mais o coração e soltar mais palavras de carinho.
Não, não sou ingênuo.
Sempre soube que ninguém dura para sempre.
Já perdi amigas (os) e conhecidos (as), já ficaram coisas por dizer nessas alturas mas, não se enganem os que julgam que é da mesma dor que falamos ou que os silêncios terão o mesmo peso.
E por isso, neste blog, meu cantinho de sonhos e desabafos, quero dizer à minha família e as amizades verdadeiras, que os amo e que estou grato por eles fazerem parte da minha vida.
Sejam felizes…
Só hoje importa.
Bom final de semana!
Tadeu Silva. (Copyright2009 Todos os direitos reservados)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Can't get it....


Não dá para entender aquele olhar que desvia, aquele olhar que não vê, aquele cara a cara de caras que não se encaram.
Não dá para entender aquela pessoa que foge do lugar onde sempre sonhou estar para ir parar onde não quer.
Não dá para entender quem deixa de amar com medo de sofrer e acaba sofrendo, provocando em si a dor que tanto temia.
Não dá para entender quem aproxima e depois some, quem promete mudar, mas sempre cumpre não modificando nada.
Não dá para entender falas tão distantes de ações.
Não dá para entender pessoas que temem tanto serem "certinhas" e se tornam tão "erradinhas".
Não dá para entender como alguém que amamos tanto nos mágoa na mesma proporção.
Não dá para entender como um sorriso nos faz esquecer de tudo que sofremos para tentar de novo.
Não dá para entender pessoas que querem tudo e não fazem nada para ter.
Não dá para entender pessoas que tem e não dão valor.
Não dá para entender quem dá mil chances para desconhecidos, mas não dá uma chance para quem a ama.
Não dá para entender quem quer alguém igual e não faz o favor de se casar com o próprio espelho.
Não dá para entender quem espera alguém que "encaixe" e não namora um balde de Lego.
Não dá para entender quem deseja que o amor seja só sorrisos e não se apaixona por um boneco Playmobil.
Não dá para entender quem não se entende e parece se orgulhar disso.
Não dá para entender aquela pessoa que você sabe que gosta de você, mas está com outro alguém por comodismo (ou seria covardia?).
Não dá para entender quem sente saudade e prefere a distância.
Não dá para entender quem nos coloca em um banquinho: não senta, não levanta e não permite que outra sente ao nosso lado (muito menos nos avisa que a tinta ainda não havia secado, nos deixando marcas eternas).
Não dá para entender tanta coisa...
Não dá para entender quem não se torna seu amor porque você é um amigo (tinha que ser inimigo, então? Comece a tratar mal quem você ama, não escute, não ajude, não fale, não seja companheiro, não incentive, aí sim você pode passar a ter qualidades valorizáveis para ser namorado e não amigo).
Não dá para entender aquela pessoa que não te ama, que não quer nem te ter, nem te perder.
Não dá para entender quem nunca queria magoar, mas sempre magoa quem não queria (ou merecia) ser magoado.
Não dá para entender um ser humano, um ser racional, que deveria controlar os seus atos, mas, ao contrário, deixa que seus atos o controlem.
Não dá para entender aquele amor da sua vida que está em todo lugar, menos na sua vida.
Não dá para entender o amor, seja ele correspondido, não correspondido, ou o escambal.
Não dá para entender o amor porque ele não pode ser entendido, é sentimento, não é razão.
Não dá para entender o que mais?


Tadeu Silva. (Copyright2009 Todos os direitos reservados)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Bem-vindo à Fantástica Loja de Conveniências...


Bem-vindo à Fantástica Loja de Conveniências.
Alguns tentam chamá-la de Planeta Terra, eu chamo de hipocrisia e falsidade.
Tem gente que passa a vida tentando agradar a todos e se esquece de que ser odiado por determinados tipos de pessoas é um dever cívico e moral.
Mas, voltando às vendas... nessa loja de conveniências tem fantasias para todos os gostos, entre e escolha a sua, vista sua máscara, mas escolha bem, pegue algo que você possa manter até o final, o preço pode sair mais caro do que imagina, ainda que alguns paguem com o corpo ou com a falta de caráter.
Além disso dói bastante quando a máscara da ilusão desprega do rosto.
Nessa loja estão aqueles cantores que você diz que ama naquela roda de pessoas cult, mas no fundo odeia e não tolera mais do que uma canção.
Estão os livros que você comprou, colocou na estante e nunca leu, e também os filmes que você arrumou algo mais acéfalo para fazer do que assistir, mas ainda assim diz que adora!
Tem também espaço para tudo aquilo que você de fato gosta, mas esconde com medo de não ser aprovado.
Debaixo do tapete, na porta de entrada, estão as pessoas que você pisou em cima para chegar aonde acha que chegou, os amigos que você esqueceu no primeiro momento em que encontrou alguém mais agradável (ou conveniente).
E aquele seu sonho antigo de mudar o mundo. Sim, você queria mudar o mundo um dia, acredita?
É, mas escolheu deixar de ser herói, para se tornar um dos que motivam os outros a quererem mudar o mundo.
Há um departamento de desculpas esfarrapadas, outro de não assumir os erros, e um livro com sugestões de nicks para você colocar no seu MSN tudo aquilo que a falta de argumentos te impede de dizer na cara para alguém.
Desfilando na prateleira de descartáveis, estão os namorados que você apresenta, sem dizer o nome (isso se não for tão conhecido), basta apenas citar a gorda conta bancária, o modelo do carro, a quantidade de diplomas e, pronto, já está apresentado!
Na mesma prateleira ao lado estão as namoradas, lindas, maravilhosas e pelo preço de algumas garrafas de champagne estão com você, mas não se iluda. São meramente descartáveis e tem o prazo de validade até você cansar de explicar que não é correto falar: "nois vai, nois foi", "estrupo", "celebro", "plobrema", "menas"... e sentir saudades daquela moça na qual você conversaria por horas e horas cuja a maior beleza estava no coração, aonde realmente importa.
Vamos lá, vá enchendo o carrinho!
Num estão plaquinhas para camuflar a verdade, por exemplo: rivalidade e inveja podem ser trocadas por "amizade";
Suportar alguém por interesse pode ser maquiado por "amor incondicional";
Ridicularizar quem você queria ser e não pode chama "bom humor";
Humilhar quem não tem dinheiro chama "não tenho culpa, o mundo sempre foi assim";
Criticar o outro e jurar não ser igual é o famoso "genérico";
Não ter educação e ser grosso é facilmente trocado por "autenticidade/sinceridade" (ou TPM se você for mulher);
Não confiar no outro está na embalagem da "privacidade";
Não ter coragem pra sair de uma relação doentia é embrulhado de "perdão";
Fugir do assunto chama "offline"; não se importar com o outro é chamado de "ocupado demais";
E mentira ganha o nome de... bom, de mentira mesmo, o substituto anda em falta no estoque, desculpe!
Essa loja de conveniências é altamente frequentada, veja só, por pessoas que não buscam a sinceridade, não buscam sentimentos, mas o que é mais conveniente no momento.
Isso é muito importante, o "no momento", porque amanhã tudo pode mudar.
O melhor amigo de hoje vira o pior inimigo de amanhã, o chefe cobra de hoje ganha presentinhos amanhã, e assim, sucessivamente, trocam-se os títulos.
Tem quem compra, tem quem vende, tem quem troca, e é tudo da mesma raça ruim.
Se você andou ou anda frequentando essa loja arrume logo algo melhor para gastar seu tempo e dinheiro.
Ter um coração grande dentro do peito também pode aumentar seu peitoral sarado, moço, ou diminuir a necessidade de mais silicone, moça.

Por favor, não se contente com a mediocridade, se esforce!


Tadeu Silva. (Copyright2009 Todos os direitos reservados)